Volkswagen TL (1972) – Edição 32

Volkswagen TL foi apresentado como um sedan mais inteligente do ponto de vista do uso do espaço e visualmente agradável.

 

Aquele final da década de 60 foi duro para a Volkswagen, que via da arquibancada as vendas do Corcel, lançado em 1968. Enquanto a Ford faturava no promissor segmento de carros médios, o então novo VW Sedan 1600, lançado no ano seguinte e futuramente conhecido como Zé do Caixão, empacava nas revendas.
Volkswagen-TL-1972
Mesmo com um desempenho de pangaré nas lojas ao longo de sua breve existência de dois anos, o Zé teve o mérito de ser a base para a bem-sucedida perua Variant e para o cupê Volkswagen TL, em 1970.
Esse novo representante da VW no segmento dos médios era um fastback que já rodava na Alemanha desde 1966 com o nome de VW 1600 Touring Luxo. A versão nacional recebeu retoques que deixaram seu desenho mais bonito e atualizado. E era o trunfo da fábrica para manter fiéis à marca os compradores do Fusca que desejavam mais potência, além de maior espaço interno combinado com algo que merecesse ser chamado de porta-malas. O Volkswagen TL tinha motor de 65 cavalos, conforto relativo para os passageiros de trás, proporcionado pela boa altura do teto, e capacidade anunciada de 611 litros de bagagem. Mas essa “generosidade” de espaço tinha um preço: um reparo de emergência na estrada, com o carro abarrotado, demandaria alguma experiência em arqueologia. Para chegar até o motor seria preciso retirar a bagagem, soltar as borboletas e levantar a tampa que isolava o compartimento do motor da cabine de passageiros. Por isso mesmo era prudente manter a dupla carburação afinada.
A tampa, além de pesada e de eficiência duvidosa na vedação de calor, criava folgas com o tempo e se transformava numa fonte de ruídos com o passar dos quilômetros.
Não é, todavia, o caso de Volkswagen TL verde Iguaçu que você vê nestas páginas. Com apenas 9000 quilômetros originais, ele roda com o silêncio dos justos, apesar do motor espalhafatoso: demora alguns segundos para pegar e inunda o interior do carro com som e vibração ao ser estimulado pelo pé direito. Mas tem a marcha lenta estável e o funcionamento suave dos VW 1600 refrigerados a ar. O painel original é carente de instrumentos. Ao contrário do que você vê neste modelo, equipado com vários acessórios de época. Até altímetro ele tem.
Não era essa porém a opinião dos proprietários ouvidos numa pesquisa publicada por uma revista dois meses depois: o desempenho foi considerado ponto alto do carro. Nada menos que 81% dos motoristas consideraram ótimo seu comportamento nesse quesito.
No ano seguinte ao do lançamento, o Volkswagen TL ganhou sua versão definitiva com o novo desenho dianteiro, que ficou conhecido como “frente baixa”. A cara chata deu lugar a um harmônico perfil afilado que seria adotado nos lançamentos seguintes, como o esportivo SP2, a Brasilia e a Variant II.
Ao contrário da Variant, o Volkswagen TL não chegou a ser um sucesso de vendas. Aliás, nem chegou a incomodar concorrentes como Corcel, Chevette e até Dodge 1800. Sem falar na própria concorrência dentro de casa, pois com o surgimento da Brasilia, em 1973, e logo em seguida do Passat, ficaram expostos sem piedade os sinais de envelhecimento em estilo e mecânica, respectivamente, do irmão mais velho. A versão quatro portas, que saiu em 1973, herdou do Zé do Caixão a preferência dos motoristas de táxi, que procuravam um VW maior por exigência dos passageiros. Ela ajudou a compor a modesta quantidade de menos de 110 000 unidades vendidas até 1976, o último ano de fabricação do Volkswagen TL.

 

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