Brasinca 4200 GT (1964) – Edição 42

Brasinca 4200 GT, um pássaro veloz nas estradas brasileiras

Brasinca-4200-GT-Uirapuru-1964

Os pequenos Willys Interlagos, com seus motores de 845 cm3, brilhavam nas pistas e nas ruas. Eles eram o que tÍnhamos em matéria de nacionais esportivos, até a primeira da década de 60. Diante da escassez de opções, o espanhol Rigoberto Soler percebeu uma oportunidade e convenceu a direção da Brasinca, fábrica de carrocerias para ônibus e caminhões, a fazer um carro que tivesse desempenho alinhado ao de similares estrangeiros.
Após obter sinal verde, sua opção foi desenvolver uma estrutura monobloco em sintonia com componentes mecânicos da linha Chevrolet, que na época era composta de caminhões e utilitários. E nada de usar fibra de vidro, como o esportivo da Willys: o Brasinca 4200 GT, também conhecido pelo nome de Uirapuru, como era chamado na fase de projeto, teria carroceria moldada em aço. Ao ser apresentado no Salão do Automóvel de 1964, o GT era o máximo a que se podia aspirar em potência nacional.

Ele era equipado com o eclético motor de seis cilindros em linha – que havia anos movia caminhões e utilitários GM -, com uma dieta balanceada por carburação tripla SU, inglesa. Usava câmbio Clark de três marchas e fazia de 0 a 100 km/h sem trocar de marcha, tudo em primeira! A combinação do câmbio de três marchas e diferencial longo dava a impresso de o Brasinca ter fôlego infinito.

 

Ele teve sua produção descontinuada por alguns meses e voltou a ser fabricado em 1966. Foi fabricado em três configurações de motor: a versão 4200, com comando original e 155 cavalos, a 4200 S, já equipada com comando de válvulas Iskenderian C4 de 163, e a mais brava, com 170 cavalos, patrocinados pelo comando E2, da mesma marca.

Tão marcante quanto sua força contra o cronômetro era o desenho da carroceria. Tanto que, em conversas de iniciados, corre o mito de que o Museu de Arte Moderna de Nova York, também conhecido como MoMA, teria um Uirapuru em seu acervo. De fato, isso no passa de lenda. Outra questão que anima discussões versa sobre a estranha coincidência de linhas entre o esportivo e o inglês Jensen Interceptor, lançado dois anos após a apresentação do Uirapuru. As dúvidas fazem aumentar o carisma. O instigante desenho do carro não levava em conta a meteorologia. Nos dias de chuva, sair do seu interior era banho na certa. O recorte das portas, que avança na capota, pode ser um recurso visualmente interessante, mas pouco prático. Tanto que no foram poucos os proprietários que soldaram as reentrâncias depois da primeira ducha.

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