VW Variant

As famílias adoravam a perua VW Variant, que tinha bom desempenho e espaço para bagagem.

Quando a Volks comprou a Vemag e suspendeu a produção da linha DKW, surpreendentemente a perua Vemaguete usada valorizou.

VW Variant

O motivo: as famílias que queria, uma perua média ficaram sem opção. Dois anos se passaram até a chegada da Variant, no final de 1969. Era a irmã do sedã 1600 mais conhecido como Zé do Caixão. Suas linhas, porém eram muito mais harmoniosas: foi considerada por Quatro Rodas, na época do lançamento, no final de 1969, como “o VW mais bonito do Brasil”. Com os 15 653 cruzeiros novos – preço da Variant no lançamento – convertido em valores de hoje seria possível comprar um Parati 2.0 Mi, que custa 27.864 reais.

 

Quando se abre a porta, sente se no ar logo que era característico de todos os VW e acabou perdendo. É o cheiro. Os carros da marca tinham um odor que não desaparecia com o uso permanecia com o uso e permanece até hoje nos modelos mais antigos. Como todo Volks, a Variant era sinônimo de simplicidade e funcionalidade.

O painel revestido de plástico que imita madeira só tem velocímetro e marcador de gasolina.

O painel revestido de plástico que imita madeira só tem velocímetro e marcador de gasolina.

E a síntese dessa idéia é o painel, com apenas dois instrumentos: no centro, o típico velocímetro com a luz verde para o nível do óleo, a vermelha para indicar problemas no alternador e o indicador único de seta no centro. À esquerda fica o marcador de nível de combustível. Do lado oposto, espaço para o relógio de horas.

 

E é só. Mas uma coisa é certa: para os padrões do carro nacionais, a Variant tinha um acabamento muito bom.

 

A girar a chave do contato, acendem-se as luzes verde e vermelha. Um leve pressão no acelerador e a Variant pega de primeira. Primeiro apaga-se a luz verde, do nível do óleo. A vermelha vai escurecendo aos poucos, à medida que se pisa no acelerador.

 

O acionamento do câmbio é perfeito, mesmo para os dias de hoje: é preciso, com pequena distância entre as marchas. Pé no acelerador, pronto para sair, o motor falha. Nada de novo: desde sempre, regular a dupla carburação da Variant foi a prova de fogos dos mecânicos. Assim mesmo a Variant mostra a força do motor 1 600 nas subidas. O pedal de freio, de aparência frágil, igual ao do Fusca, faz um conhecido “tlac” quando tirar o pé e o carro acompanha o trânsito com facilidade.

E o acesso ao estepe é muito fácil no porta-malas dianteiro.

E o acesso ao estepe é muito fácil no porta-malas dianteiro.

A Variant redimiu os carros de passeio da Volks no quesito espaço bagagem. Além do porta malas na frente, ela tem espaço de sobre atrás. Isso graças ao motor traseiro, que tem a ventoinha mais baixa do que a do Fusca. Um tampa traseira separa os bagageiros do motor. Se favoreceu o espaço para bagagem (além do porta-malas pode-se utilizar o espaço sobre a tampa), essa solução prejudicou a vida a bordo: não é fácil conviver com o motor “dentro” do carro nos dias de calor.

 

No teste de estreia do carro da revista Quatro Rodas “dezembro de 1969”, a perua fez 134 km/h. Com muito mais qualidades que defeitos a Variant, fabricada ao longo de onze anos, logo provou sua carisma. Em uma pesquisa da revista Quatro Rodas com os cem primeiros proprietários, 99% deles responderam afirmativamente à pergunta se as respectivas famílias aprovaram a compra.

 

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